Uma análise semiótica do canibalismo Tupinambá

Resumen

O ensaio oferece uma reconstrução histórica do canibalismo como prática entre os Tupinambá, ao considerar o impacto desses rituais no imaginário europeu. A prática tem sido profundamente estudada e mais bem entendida, não sendo mais associada meramente à alimentação, mas principalmente a rituais ligados à guerra e à vingança. O ritual de sacrifício do inimigo era o ponto culminante de uma complexa rede de procedimentos. A antropofagia era uma das maneiras de garantir a continuação do ciclo da vida, reincorporando o inimigo à comunidade e buscando restaurar o equilíbrio após conflitos. Usa-se a semiótica de Peirce para analisar tais aspectos da prática ritual Tupinambá e destacar sua dimensão temporal e ligação com a vingança. Esta análise semiótica demonstra como a interação de signos redefine a maneira como os eventos são interpretados, destacando a importância do "fluxo perceptivo" como categoria teórica na compreensão da cosmogonia Tupinambá.

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Biografía del autor/a

Miguel Arcanjo-Filho, Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ-HCTE. Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pelo CEFET-RJ, modalidade Ensino de Física com Licenciatura em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Atualmente é professor do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro ISERJ-FAETEC e do Colégio de São Bento CSB. Encontra-se envolvido em projetos relacionados com a elaboração de materiais didáticos para Laboratórios de Física, divulgação científica e História e Filosofia da Ciência com ênfase na História da Ciência no Brasil. É também co-autor da coleção Tempo de Ciências da Editora do Brasil.

Maira Monteiro Fóes, Instituto Tercio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Maira Monteiro Fróes is associate professor at Federal University of Rio de Janeiro. Dr. Fróes holds MSci and PhD in Biological Sciences (Biophysics) at Federal University of Rio de Janeiro, complemented at Albert Einstein College of Medicine, Yeshiva University, New York, and a postdoctoral experience at Collége de France. She leads investigations in basic experimental science, covering biophysics and systems neuroscience, and its applications to the interface of the contemporary arts and an emerging experimental neuroepistemology. 

Waldmir Nascimento de Araújo Neto, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui Graduação em Engenharia Química (1994) e Licenciatura Plena em Química (2000) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UFRJ e Mestrado em Educação pela Universidade Federal Fluminense – UFF (2002). É doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (2009), membro do Lapeq – Laboratório de Pesquisas em Ensino de Química e Tecnologias Educacionais e do NAPIEC – Núcleo de Apoio à Pesquisa em Inovação em Ensino de Ciências da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Professor Adjunto vinculado ao Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ-UFRJ), vice-coordenador do Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE-CAPES) da UFRJ e membro do Núcleo de Educação a Distância (NEaD) da UFRJ, colaborador junto ao Laboratório Didático de Química – LaDQuim da UFRJ, e Lider do Laboratório de Estudos em Semiótica e Educação Química – Leseq, vinculado ao programa de Pós-Graduação em Química (PQGu) do IQ-UFRJ. Professor orientador no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências (PROPEC) do Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia (FRJ) e no Programa interunidades e interdisicplinar de Pós-grdauação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia. Atua como revisor de periódicos nacionais e internacionais na área de Ensino de Química. Tem ampla experiência na área de Educação, com ênfase no Ensino de Ciências, atua principalmente nos temas: Semiótica e Representação, Filosofia da Química, Conteúdos Didáticos e Processos Inovadores em Ensino para Tecnologias Móveis, Teoria Estrutural e Valência na Química. É membro da Associação Nórdica de Estudos Semióticos (NASS) e da Sociedade Internacional de Filosofia da Química (ISPC).

Citas

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Publicado
2024-12-10
Cómo citar
Arcanjo-Filho, M., Monteiro Fóes, M., & Nascimento de Araújo Neto, W. (2024). Uma análise semiótica do canibalismo Tupinambá. Revista Scientiarum Historia, 1(1), e455. https://doi.org/10.51919/revista_sh.v1i1.455
Sección
Epistemologia, Lógicas e Teorias da Mente