Algoritmos filosóficos e a superação psicopolítica da fakemind: sobre a terapia filosófica da peste emocional

Palavras-chave: Algoritmos filosóficos. Capacidade de julgar. Território mental. Wilhelm Reich. Teoria Psicopolítica.

Resumo

O presente artigo demonstra que o fenômeno das fakenews ultrapassar o campo das mídias reitera a urgência de superar a pandemia presente na teoria social e filosofias hegemônicas gerada pela convergência entre o persistir no dualismo e o relativismo pós-moderno, o que engendrou uma fakemind globalizada, ou seja, a perda radical da capacidade de julgar entre verdade e mentira e, assim, o retorno da peste emocional como identificada por Wilhelm Reich. A superação de tal pandemia no território mental implica superar tanto a filosofia do sujeito, que substituiu de maneira hegemônica a questão ontológica metafísica clássica sobre o que é real pela questão epistemológica sobre o que é possível conhecer, quanto a filosofia pós-moderna e sua eliminação da verdade, do sujeito e da identidade e, assim, tratar de maneira não-dualista a questão do que é a realidade. O artigo, com base na Teoria Psicopolítica, avança a demonstração de como a condição comunicacional do ser humano, profundamente articulada com o “cerne biológico profundo do indivíduo” identificado por Reich, permite uma noção empírica, e portanto não-metafísica, da verdade como correspondência entre a qualidade emancipatória dos estados mentais que o ser humano, em sua fetalização, necessita para instaurar-se como propriamente humano e os estados mentais que os humanos utilizam como fonte de referência para a sua capacidade de julgar ao longo de suas vidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BERNAYS, E. L. The engineering of consent. In: The Annals of the American Academy of Political and Social Science, v. 250(1), pp. 113-120, 2010. Disponível em: https://journals.sagepub.com/toc/anna/250/1. Acesso em: 2 dez. 2020.

BLAKE, W. The marriage of heaven and hell. 1868 . Disponível em: https://www.bl.uk/collection-items/the-marriage-of-heaven-and-hell-by-william-blake. Acesso em: 02 dez. 2020.

CONSOLIM, M. Émile Durkheim e Gabriel Tarde: aspectos teóricos de um debate histórico. In: História: Questões & Debates, nº. 53, p. 39-65, jul./dez. 2010. Ed. UFPR: Curitiba.

FLORIDI, L. Commentary on the online manifesto. In: The online manifesto. Cham: Springer, 2015. Disponível em: http://library.oapen.org/handle/20.500.12657/28025. Acesso em: 02 dez. 2020.

GAUTHIER, J. O que é pesquisar: entre Deleuze-Guattari e o candomblé, pensando mito, ciência, arte e culturas de resistência. In: Revista Educação e Sociedade, Vol. 20, Nº 69, Dec. 1999. Cedes: Campinas. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v20n69/a02v2069.pdf Acesso em: 03 dez. 2020.

GILLESPIE, T. The politics of ‘platforms’. In: New Media & Society v.12 nº 3, p. 347-364, 2010. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/258173728_The_politics_of_'platforms'. Acesso em: 05 dez. 2020

GILLESPIE, T. Can an algorithm be wrong? Twitter Trends, the specter of censorship, and our faith in the algorithms around us. In: Culture Digitally, 2011. Disponível em: https://culturedigitally.org/2011/10/can-an-algorithm-be-wrong/. Acesso em: 05 dez. 2020.

LA BOÉTIE, E. Le discours de la servitude voluntaire suivi de Mémoire touchant l’Édit de Janvier 1562 [inédit] et d’une Lettre de M. Le Conseiller de Montaigne. Paris, 1922. Editions Bossard.

MISSE, M. Una identidad para el extermínio: sobre la sujeción criminal y otros escritos. Colección Teoría Psicopolítica, Volumen II. Co-edición Universidad de La Frontera/Chile, Universidade Federal do Rio de Janeiro/Brasil, Universidade do Porto/Portugal, Universidad Nacional de La Plata/Argentina e Universidade de Groningen/Holanda, 2018. Disponível em: https://tinyurl.com/y4tylvle. Acesso em: 02 dez. 2020.

OURIQUES, E. V. Vida, geometria e sociedade: aberturas para a crise contemporânea de percepção a partir de conexões entre a mutação de paradigmas e o diálogo verbo-imagem nas páginas de jornal. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura, Escola de Comunicação/UFRJ, 1992.

OURIQUES, E. V. Comunicação, educação e cidadania: quando diversidade e vinculação social são apenas um. In: Revista da Decania do Centro de Ciências da Saúde/UFRJ, Rio de janeiro, Ano 1, No 02, p. 33-36, 2006. Disponivel em: encurtador.com.br/ikQ56. Acesso em: 02 dez. 2020.

OURIQUES, E. V. Desobediência civil mental: a ação política quando o mundo é construção mental. In: Anais 10o Encontro Nacional de Professores de Jornalismo. Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, Goiânia, 2007.

OURIQUES, E. V. A mídia só é livre quando a mente é livre. Entrevista ao I Fórum de Mídia Livre. 2008. Disponível em: http://forumdemidialivre.blogspot.com.br/2008/06/mdia-s-livre-quando-mente-livre.html. Acesso em: 02 dez. 2020.

OURIQUES, E. V. Psicopolítica, tradição e cultura como um modo da natureza: um estudo comparativo entre gandhi e comunicação distribuída. In: Numen: revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. 14, n. 2, p. 145-178, 2012. Acesso em: 02 dez. 2020.

OURIQUES, E. V. Sobre la economía psicopolítica. In: Oficios Terrestres, n° 31, Julio/Diciembre. Universidad Nacional de La Plata, Argentin,. pp. 30-48, 2014. Disponível em: https://perio.unlp.edu.ar/ojs/index.php/oficiosterrestres/article/view/2437. Acesso em: 02 dez. 2020.

OURIQUES, E. V. A teoria psicopolítica como renovação da teoria social e da filosofia. In: Crisis, comunicación y crítica política. Ed. CIESPAL. 2017(a). Disponível em: https://www.academia.edu/36411458. Acesso em: 02 dez. 2020.

OURIQUES, E. V. Teoria psicopolítica: a emancipação dos Aparelhos Psicopolíticos da Cultura. Colección Teoría Psicopolítica, Volumen I. Co-edición Universidad de La Frontera/Chile, Universidade Federal do Rio de Janeiro/Brasil, Universidade do Porto/Portugal, Universidad Nacional de La Plata/Argentina e Universidade de Groningen/Holanda. 2017(b). Disponível em: https://tinyurl.com/y2qcz44n. Acesso em: 02 dez. 2020.

POULAIN, J. La capacidad de juzgar. Colección Teoría Psicopolítica, Volumen II. Co-edición Universidad de La Frontera/Chile, Universidade Federal do Rio de Janeiro/Brasil, Universidade do Porto/Portugal, Universidad Nacional de La Plata/Argentina e Universidade de Groningen/Holanda. 2017. Disponível em: https://tinyurl.com/y4yextps. Acesso em: 02 dez. 2020.

RÜDIGER, F. Síntese de história da publicística: estágios reflexivos da ciência da comunicação pública alemã. Santa Catarina, Ed. Insular, 2019.

STRIPHAS, T. Algorithmic Culture. In: European Journal of Cultural Studies, v. 18(4-5), p. 395–412, 2015. Disponível em https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1367549415577392. Acesso em: 02 dez. 2020.

REICH, W. A Função do Orgasmo. São Paulo: Círculo do Livro, 1975.

REICH, W. Análise do Caráter. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

REICH, W. Psicologia de Massas do Fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

Publicado
2021-06-15
Como Citar
Cáo, J. S., Ouriques, E. V., Iachan, A. C. S., Ouriques, E. O. de A., Wähner, J., Vergara, M. S., & Oliveira, R. C. de. (2021). Algoritmos filosóficos e a superação psicopolítica da fakemind: sobre a terapia filosófica da peste emocional . Revista Scientiarum Historia, 1, 10. https://doi.org/10.51919/revista_sh.v1i0.282
Seção
Epistemologia, Lógicas e Teorias da Mente