A complexidade do conceito de constelação astronômica: povos indígenas do noroeste amazônico

Palavras-chave: Astronomia cultural. Constelações. Astronomia indígena.

Resumo

O trabalho tem como objetivo discutir alguns aspectos relacionados ao conceito de constelação em Astronomia. Embora seja um tema dotado de uma institucionalização promovida pela União Astronômica Internacional (IAU), ao legitimar um conjunto completo de constelações desde 1930, cabe explorar nuances pouco desenvolvidas no campo acadêmico. Assim, parece ser importante revisitar o conceito de constelação, especialmente se considerarmos os estudos de Astronomia Cultural desenvolvidos particularmente na região Noroeste da Amazônia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALLEN, R. H. Star names: theirlore and meaning. New York: Dover, 1963.

AVENI, A (Ed.). Foundations of the New World Cultural Astronomy – a reader with commentary. Boulder (CO): University Press of Colorado, 2008.

BARENTINE, J. C. The Lost constellations: history of obsolete, extinct, or Forgotten Star Lore. London: Springer/Praxis, 2016.

BENÍTEZ, S. R. G, GÓMEZ, C. Primera Escuela Interamericana de Astronomía Cultural. LaPlata:UNLP/FCAG, 2016.

BOAS, F. Antropologia Cultural. Celso Castro (Org.) Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

BIOT, J. B. Études sur L’Astronomie Indienne et sur L’Astronomie Chinoise. Paris: Albert Blanchard, 1969.

BONNET-BIDAUD, J. M; PRADERIE, F.; WHITFIELD, S. The Dunhuang Chinese sky: a comprehensive study of the oldest known star atlas. Journal of Astronomical History and Heritage (12) 1: 39-59, 2009.

BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas.Estudos. São Paulo: Perspectiva, 2015.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Memória e Sociedade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

CABALZAR, A. (Org.) Ciclos anuais no Rio Tiquié – pesquisas colaborativas e manejo Ambiental no Noroeste amazônico. São Paulo: ISA/FOIRN, 2016.

CABALZAR, A.; RICARDO, C. A.(Editores). Mapa-livro povos indígenas do Rio Negro – uma introdução à diversidade socioambiental do Noroeste da Amazônia brasileira. São Gabriel da Cachoeira: FOIRN; São Paulo: ISA, 2006.

CARDOSO, W. Descrevendo constelações indígenas: resultados obtidos em oficinas numa escola tukano do noroeste amazônico. Avá, (35):155-180, 2019.

CARDOSO, W. T. O céu dos índios Tukano na escola Yupuri: construindo um calendário dinâmico. 2007. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.

CARDOSO, W. T. Conceitos e fontes do Tratado da Esfera em forma de diálogo atribuído a João de Castro. São Paulo: Educ/Fapesp, 2004.

COPÉRNICO, N. Commentariolus – pequeno comentário de Nicolau Copérnico sobre suas próprias hipóteses acerca dos movimentos celestes.Introdução, tradução e notas de Roberto de Andrade Martins. São Paulo: Nova Stella; Rio de Janeiro: Coppe/MAST, 1990.

CORREA, F. R. Tiempo y Espacioenla Cosmologia de losCubeo. In Etnoastronomias Americanas. Ata do 45 Congresso de Americanistas, pp. 137-168, 1987.

D’AMBROSIO, U. Etnomatemática – elo entre as tradições e a modernidade. (5a edição). Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

DO AMARAL FERREIRA, M. A.; VASQUES DE NADER, R.; BORGES, L. C. Astronomia cultural: diferentes culturas, diferentes céus. Revista Scientiarum Historia, v. 1, p. 7, 12 dez. 2019.

FABIAN, S. M. Patterns in the Sky– An introduction to Ethnoastronomy. Long Grove: Waveland, 2001.

FAULHABER, P. Ticuna knowledge, Worecü stars and sky movements In: Archaeoastronomy and Ethnoastronomy: Building Bridges between Cultures. Ed. Clive Ruggles. Cambrigde: Cambridge University Press/International Astronomical Union, 2011.

FRANK, R. M. Origins of “Western” constellations. In: RUGGLES, C.L. Handbook of Archeoastronomy and Ethnoastronomy. London: Springer, p. 147-162, 2015.

GULBERG, S. R. et all. A cultural comparison of ‘the dark constellations’ in the milky way. Journal of astronomical History and Heritage. 23(2): 390-404, 2020.

HOROWITZ, W; AL-RAWI, F. N. H. Tablets from the Sippar Library IX. A Ziqpu-Star Planisphere. Iraq, British Institute for the Study of Iraq (63). 2001: 171–181. JSTOR, www.jstor.org/stable/4200509, 2001. Acessado em 22/04/ 2021.

HOLBROOK, J. et. al. African Cultural Astronomy – current Archaeoastronomy and Ethnoastronomy research in Africa. Dordrecht:Springer, 2008.

HUGH-JONES, S. As Plêiades e Escorpião na Cosmologia Barasana. Anthropológicas. 28(1):8-40, 2017.

HUGH-JONES, S.The Palm and the Pleiades: Initiation and Cosmology in Northwest Amazonia. Cambridge: Cambridge University Press, 1979.

KELLEY, D. H.; MILONE, E. F. Exploring AncientSkies: a Survey of Ancient and Cultural Astronomy. New York: Springer, 2011.

KOCH-GRÜNBERG,T. Dos años entre los indios: viajes por el Noroeste Brasileño 1903/1905. Bogotá Universidad Nacional de Colombia, 1995.

KOYRÉ, A. Estudos de História do Pensamento Científico. Brasília: UnB, 1982.

LÉVI-STRAUSS, C. O cru e o cozido. Beatriz Perrone-Moisés (trad.). São Paulo: Cosac Naify, 2004.

LÓPEZ, A.M. Problematizando el concepto de “observación astronómica”. Revista Cosmovisiones/Cosmovisões. 1(1):17-51, 2020.

LÓPEZ, A. M. Astronomy in Chaco region, Argentina,in Handbook of Archaeoastronomy and Ethnoastronomy, Ruggles, C.L.N. New York: Springer, 2015.

LÓPEZ, A. M., BENITEZ, S. G. The Milky Way and its structuring functions in the worldview of the Mocovi of Gran Chaco. In VAIŜKŬNAS, J. (Ed.) Archaeologia Baltica 10: Astronomy and Cosmology in Folk Traditions and Cultural Heritage. Vilnius: Klaipédia Univ Press, 2008.

MAGAÑA, E. Contribuciones al estudio de la mitología y astronomía de los indios de las Guayanas. Dordrecht: FORIS, 1987.

ÑAHURI, M. KUMARÕ, A. Dahsea Hausirõ Porã ukushe wiophesase mera bueri turi. São Gabriel da Cachoeira: UNIRT/FOIRN, 2003.

NASCIMENTO, C. A. R. De Tomás de Aquino a Galileu. Coleção Trajetória 2. Campinas: IFCH, 1995.

NEEDHAM, J.; LING, W. Science and civilisation in China.Vol 3. Mathematics and the Sciences of the Heavens and Earth.New York: Cambridge University Press, 1959.

NIMUENDAJU, C. The Tukuna. Berkeley: Univ. California Press, 1952.

OLIVEIRA, M. S. Através do Universo: Notas sobre as constelações na cosmologia Tukano. Anthropológicas Ano 21, 28(1):134-168, 2017.

PÃRÕKUMU, U.; KEHÍRI, T. Antes o mundo não existia: Mitologia Desana-Kehiripõrã. Rio de Janeiro: Dantes, 2019.

PEDROZA L. F.; VASQUES DE NADER, R. Astronomia cultural: um olhar decolonial sobre e sob os céus do Brasil. Revista Scientiarum Historia, (2): 8 – 13, 2019.

PTOLEMY, C. Tetrabiblos. Edited and translated by F.E. Robbins. Cambridge: Harvard University Press, 1940.

PTOLÉMÉE, C. Composition mathématique de Claude Ptolémée.Tomo 1 traduzidopela primeira vez do Grego para o Francês a partir dos manuscritos originais da Biblioteca Imperial de Paris, por M. Halma, com notas de M. Delambre.http://catalogue.bnf.fr/ark:/12148/cb339898440, Bibliothèque nationale de France– BNF/Gallica, consultado em 20/04/2021.

REICHEL-DOLMATOFF, G. Astronomical Models of Social Behavior among Some Indians of Colombia. In Foundations of New World Cultural Astronomy. A reader with Commentary. Ed. Anthony Aveni. Boulder: Univ. Press of Colorado, 2008.

RIBEIRO, B. G.; KENHIRI, T. Chuvas e Constelações: Calendário Econômico dos Índios Desâna. Ciência Hoje, 6 (36), 1987.

RIDPATH, I. Originoftheconstellations. Astronomy Now 9(9):40–43, 1995.

ROCHBERG, F. Theheavenly writing. Divination, horoscopy, and astronomy in Mesopotamian culture. New York: Cambridge University Press, 2007.

RODRIGUES, F. M. O céu como tema gerador para a educação inclusive: desafios e possibilidades a partir da cosmopercepção de estudantes com deficiência visual. 2020. Tese (Doutorado em Educação para a Ciência)–Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP-Bauru, 2020.

ROGERS, J. H. Originsoftheancientconstellations: I. The Mesopotamiantraditions. J Br AstronAssoc 108(1):9–28, 1998a.

ROGERS, J. H. Originsoftheancientconstellations: II. The Mediterraneantraditions. J Br AstronAssoc 108(2):79–98, 1998b.

RUGGLES, C. L. N. E SAUNDERS, N. J. The Study of Cultural Astronomy. In: Astronomies and cultures. Niwot, CO: University Press of Colorado, 1993.

RUGGLES, C. L. Handbook of Archeoastronomy and Ethnoastronomy. London: Springer, 2015.

SACROBOSCO, J. Tratado da Esfera. Tradução clássica de Pedro Nunes. São Paulo: UNESP, 2011.

SANTOS, B. de S. O Fim do Império Cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

SELIN, H. (Ed.) Astronomy Across Cultures – The history of Non-Western Astronomy. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2000.

SEXTO EMPÍRICO. Contra os astrólogos. Traduzido por Rodrigo Pinto de Brito, Rafael Huguenin. São Paulo: Unesp, 2019.

SILVA, A. B .A civilização indígena do Uaupés. São Paulo: Linográfica Editora, 1962.

TOOMER, G. J. Ptolemy’s almagest. Translated and annotated by G.J. Toomer. London: Princeton University Press, 1998.

URTON, G. En el cruce de rumbos de la Tierra y el Cielo. Cusco: CBC, 2006.

WHITE, G. Babylonian Star-lore – An illustrated guide to the Star-lore and constellations of Ancient Babylonia. London: Solaria, 2008.

Publicado
2021-06-15
Como Citar
Cardoso, W. T. (2021). A complexidade do conceito de constelação astronômica: povos indígenas do noroeste amazônico . Revista Scientiarum Historia, 1, 17. https://doi.org/10.51919/revista_sh.v1i0.323
Seção
História e Filosofia das Ciências e da Matemática