Os prontuários e leis psiquiátricas como fonte historiográfica e etnográfica da reforma psiquiátrica brasileira: Novos modos de governamentalidade?

Palavras-chave: Reforma Psiquiátrica, Governamentalidade, Práticas de liberdade

Resumo

A partir do trabalho genealógico de Foucault sobre as práticas de governo, abre-se um campo possível para o estudo das práticas e nos saberes psicológicos e psiquiátricos. Aqui teríamos dois marcos: 1) no século XVI, surgem técnicas de governo baseadas no disciplinamento, o “Estado de polícia”; e 2) no século XVIII novas tecnologias de governo em referências liberais. Nosso objetivo é avaliar as práticas e conceitos de cidadania e liberdade no contexto de alguns processos de Reforma Psiquiátrica Brasileira. Para tal, sustentamos que coexistem neste campo não apenas os antigos dispositivos disciplinares e a resistência a estes, mas modos liberais de gestão. Estes serão analisados nas práticas cotidianas de gestão dos usuários em saúde mental, presentes em textos, leis e prontuários.

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Referências

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Publicado
2017-11-06
Como Citar
de Souza Lima, R., Molas Quintana, A. B., Arruda Leal Ferreira , A., Gomes Canuto, L., Victor Souza, B., Rangel Barbosa, L., & da Silva, N. M. S. (2017). Os prontuários e leis psiquiátricas como fonte historiográfica e etnográfica da reforma psiquiátrica brasileira: Novos modos de governamentalidade? . Revista Scientiarum Historia, 1(1), 9. https://doi.org/10.51919/revista_sh.v1i1.183
Seção
Historicidade de Saberes Tecnocientíficos